AMIGOS DE PEIXES DESPORTIVOS DO MUNDO

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MAR - COMO LOCALIZAR PREDADORES

Localizar predadores na imensidade do mar não é tarefa fácil. Muitas vezes bastante complicada se não existem umas referências minimas pelas quais nos podemos guiar. Sem saber interpretar (ler) o mar toda essa imensidão de água nos parecerá igual. A maioria de pescadores que praticam o Spinning encontram-se quase sempre com esta dúvida. Para mim, e sem querer presumir de sábio, pois a minha ideia ao escrever estas linhas é somente a que me ensinou o meu pai. "Sempre que compartes, aprendes". Com estas palabras com base pretendo comentar um pouco a experiência que ganhei vivendo ao lado do mar.
AS CORRENTES MARINHAS: para mim, um dos factores mais importantes, e que muitas vezes não lhes damos o devido valor. O mar em sí é uma enorme massa em constante movimento, pela influência das marés. A geografia do fundo actúa sobre essa massa de uma maneira ou de outra dependendo de uma barreira rochosa ou um salto de profundidade. Fazendo aumentar a sua velocidade ou diminuir, dependendo da geografia do fundo. Podemos identificar fácilmente estas zonas (lendo) a superficie do mar, reconhecendo as zonas onde a água está mais tranquila e as zonas onde acontece o contrário com a segurança de que sabemos porque razão o mar se comporta assim em determinadas zonas, para muitos pescadores essa é a diferença entre pescar e andar todo o dia a lançar queixando-se da sua má sorte.
Essa simples questão, pode fazer variar a côr da água e com essa variação de côr, também varia o comportamento dos peixes presentes nessa zona, zonas de espuma, zonas de corrente com água cristalina, zonas de remoinhos, zonas de calma. Todos estes factores são os que nos podem indicar onde estão os peixes, pois apesar de que muita gente pensa a pesca (para mim) não é uma questão de sorte. Existe sempre um factor determinante que faz com que um pescador pesque e outro não.
Estas correntes marinhas para os peixes são o que nós chamariamos (cintas transportadoras de comida) existem correntes pequenas e outras que são verdadeiras autoestradas que percorrem km. Dentro destas correntes encontram-se milhões de microorganismos e restos orgânicos que claro está atraem uma multidão de espécies que delas se alimentam, aumentando a cadeia alimenticia até chegar à nossa parte favorita. Os predadores, toda a gente sabe que na natureza o que não come é comido e nestas autoestradas abundam peixes como cavalas, bogas, carapaus, liças, e  uma infinidade de peixes que normalmente são o alimento diário das nossa espécies favoritas, tais como anchovas, robalos, corvinas, palmetas, lírios etc. Em muitas ocasiões estas correntes não são só, uma fonte de alimento, também servem de meio de transporte para os alevins de uma infinidade de peixes que as utilizam para deslocar-se com o menor esforço a outros territórios.

AS AVES MARINHAS: são excelentes indicadores da existência de predadores na superficie, tal é a importància que estas aves têm que muitos barcos que se dedicam à captura do atún, utilizam radares que captam grandes concentrações de aves, a várias milhas de distância porque sabem que se existe uma grande concentração de aves é porque há peixe na zona de certeza. Pois a defesa mais prática dos alevins e pequenos peixes ao sentir-se atacados é formar uma bola e ascender à superficie. Estes cardumes são visiveis do céu e as aves marinhas são autênticos sentinelas aeréos que detectam na superficie qualquer mudança do seu estado natural.
AS MUDANÇAS DE TONALIDADE: a agitação do mar, provocada pelas correntes, ondas, vento, mar de fundo ou uma barra (saida de um rio no mar) provoca muitas vezes a mudança de tonalidade das águas devido a uma acumulação de matéria em suspensão, já seja lodo, ou barro traido pelos rios ou mesmo areia. Estas manchas de água turva com o tempo vão-se deslocando à deriva por acção do vento e das marés e claro está das correntes. Estas zonas são procuradas pelos alevins e peixes de menor tamanho pela facilidade de encontrar alimento e sentir-se seguros ao mesmo tempo.  Nas barras normalmente esta diferença de tonalidade é permanente, por essa razão a concentração de peixes nessa zona é sempre tão alta. Devido a esta linha divisória entre a água clara e a turva, os predadores encontram um paraiso para poder atacar as suas presas sem ser vistos, patrulhando estas zonas incansavélmente.
OS BARCOS DE PESCA: ao ver passar uma traineira, um arrastão ou qualquer outro barco de pesca, talvez não todos pensemos que debaixo dessa esteira de espuma que o barco deixa estão perdadores. A limpeza das redes de pesca de peixes pouco comerciais ou sem medida que não se poderão vender na lota, são atirados ao mar durante a viagem de regresso, deixando claro está um banquete para os predadores que poderão encher a barriga com o menor esforço, e a primeira regra de qualquer predador é ser opurtunista. A larga distância poderemos verificar se o barco em questão está a limpar as redes pois normalmente estará rodeado de centenas de gaivotas e outras aves marinhas que também querem a sua parte do festim.
OS PEIXES GUIA: que diversas espécies se sirvam de outras para encontrar alimento é um facto consumado, tanto na terra como no mar. Muitos mamiferos marinhos costumam ir acompanhados de predadores que aproveitando o sistema de ecolocalização destas espécies as utiliza como guias para encontrar o seu próprio alimento. A mais conhecida e explorada pela pesca comercial é a do caso dos golfinhos e dos atúns, concretamente da espécie de barbatana amarela. Está demostrado que estes peixes utilizam as suas capacidades para detectar grandes cardumes de peixes, por isso se verificamos que existe um cardume de golfinhos poderemos quase afirmar que debaixo de estes se encontra um cardume de atúns.
OBJECTOS FLUTUANTES: os alevins de diversas espécies utilizam de forma instintiva qualquer objecto flutuante como abrigo para esconder-se dos seus predadores e encontrar alimento, que normalmente está pegado a este em forma de larvas, ou outros microorganismos. Este tipo de objectos podem ser por exemplo qualquer barco atracado ao porto vários meses sem ser movido, pedaços de madeira flutuando no mar ou grandes camadas de algas que devido às marés vivas são arrastadas para o alto mar. Alguns de estes predadores como por exemplo o Dourado, sabe que estas coberturas são autênticas geleiras, e  normalmente escondem-se debaixo de estas à espera do peixinho que vai à procura de alimento ou abrigo. Este fenómeno está hoje em dia muito bem explorado por diversas companhia de pesca industrial que utilizando estes conhecimentos cobrem estensas zonas com plataformas à deriva (mas bem sinalizadas) para atrair estes predadores, é o caso por exemplo das plataformas para capturar atúns. Se encontrares durante o dia de pesca algum destes exemplos, não dúvides e lança, em último caso só perderás um lance, e por outro lado podes acabar com um sorriso de orelha a orelha.
A ARMA SECRETA: perspicácia, sempre que nos vamos a enfrentar a um dia de pesca normalmente pensamos em uma espécie em concreto. Claro está que é bastante conveniente conhecer a sua biologia, costumes, habitat e dar-lhe bastante à imaginação. A titulo de exemplo, uma mania que costumam ter quase todos os pescadores (incluido eu) é o caso do Robalo, quase sempre associamos o robalo com a espuma, rebentação e vamos sempre à procura de esta espécie neste cenário, o qual é certo mas a minha opnião é que não nos devemos limitar a essa ideia. Os predadores salvando as suas difererenças, têm de procurar o alimento onde esté e se este não se encontra na rebentação, claro está que o buscaram em outros sitios, suponho que como já aconteceu comigo o que vou contar já aconteceu com muitos amantes da pesca, (...  um dia passeando com o meu filho, por um molhe qualquer, ele muito excitado chama-me, dizendo que tinha visto uma liça enorme, explicando com os braços abertos de par em par o tamanho colossal do peixe, claro que a minha reacção foi dizer que não havia liças desse tamanho, ele insiste e praticamente arrastando-me leva-me ao sitio onde viu a tal liça, e efectivamente era verdade. Mas não era uma liça e sim um robalo descomunal, sem exagerar que é o que normalmente fazemos deveria estar entre os 6-7 kg, fiquei logo com a boca seca a pensar porque raios é que não tinha uma cana de pesca, e que isto só me acontecia a mim...) este caso acontece com mais normalidade do que muitos pensamos, pois como qualquer predador o robalo procurava mimetizar-se com as liças devido à semelhança que têm com esta espécie. Mas o mais interessante é que este robalo tinha o mesmo comportamento que o cardume de liças, seguindo o cardume com a mesma velocidade e a mesma direcção em que se deslocava, outra actitude de caça estratégicamente pensada. Suponho que cuando chegasse o momento, este robalo atacaria de maneira imprevista qualquer liça mais jovem que distraidamente lhe passase pela frente. 

Penso que na pesca como na vida, não devemos nunca parar de evoluir, e sempre que nos seja possivel libertar, porque o que libertamos hoje poderemos pescá-lo amanhã muito maior. Espero que estas palavras sirvam para ajudar a algum futuro amante deste desporto tão belo que é a pesca desportiva.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A RAIA LENGA - Raja clavata ( Linnaeus, 1758)

 
                                                                   

FAMILIA: rajiídeos.

LONGEVIDADE: 12 anos.

PROFUNDIDADE: 0 - 577 metros.

COMPRIMENTO: 105 cêntimetros.

PESO: 18 quilos.

DISTRIBUIÇÃO: desde Islândia ao mar Negro.
BIOLOGIA: esta espécie também chamada raia de espinhos, é a raia mais comum das águas europeias. É um membro da família dos raiídios que vive no fundo do mar e que deve o seu nome aos numerosos espinhos que possui na cauda, dorso e barbatanas peitorais. Os exemplares mais jovens vivem em águas superficiais e alimentam-se  de pequenos custáceos. À medida que vão crescendo deslocam-se para águas mais profundas e começam a alimentar-se de presas maiores. Têm tendência a seguir objectos flutuantes por comfundi-los com a sua progenitora, pois durante a sua fase de alevins é assim que se sentem protegidos. A côr da raia lenga é muito variável mas normalmente são castanho mosqueados. Os espinhos da Raia lenga (como de muitas outras raias) são muito resistentes, pois a sua base é em forma de botão e o espinho normalmente está coberto por pequenas aspas em forma de serra que fazem com que a sua estração seja uma dolorosa odisseia . São oviparos e os seus ovos são depositados dentro de uma cápsula resistente conhecida como "bolsa de sereia".
ALIMENTAÇÃO: caranguejos, moluscos e peixe.

MÉTODOS DE PESCA: Surfcasting, Pesca embarcada.

RÉCORD IGFA: encontra-se em 7,590 quilos capturada no dia 07/11/1988 por John Thompson em Jersey, Channel Islands, em Inglaterra.

                                                HOMENAGEM AOS AMIGOS

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